ATIVIDADE DE LITERATURA SOBRE O PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL

 


1. Sobre o Pré-Modernismo no Brasil, indique a alternativa CORRETA.

 

a) Para muitos estudiosos, o Pré-Modernismo não é uma escola literária e sim um período de transição.

b) O Pré-Modernismo teve início da Semana de Arte Moderna, em 1922.

c) Manuel Bandeira e Graciliano Ramos são autores Pré-Modernistas.

d) Os Sertões e Grande Sertão: Veredas são da autoria de Euclides da Cunha.

e) Dentre as principais características do Pré-Modernismo, podemos citar a liberdade de expressão, subjetivismo e a arte pela arte.

 

2. Autor de apenas um livro, Eu, morreu com apenas 30 anos, e foi um incompreendido. O nome do autor a que se refere a informação acima é:

 

a) Augusto dos Anjos 

b) Monteiro Lobato 

c)Lima Barreto  

d) Aluísio de Azevedo  

e) Jorge Amado

 

3. Não faz parte do contexto histórico do Pré-Modernismo:

 

a) Revoltas pelo Brasil  

b)Política do Café com Leite

c) República Velha      

d) Chegada da Família Real ao Brasil.    

e) Revolta de Canudos-BA

 

Fragmento de Triste fim de Policarpo Quaresma

"Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. ( … ) o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento inteiro de Brasil. ( … ) Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro."

BARRETO, Lima. “Triste fim de Policarpo Quaresma”. São Paulo: Scipione, 1997.


4. Este fragmento de “Triste Fim de Policarpo Quaresma” ilustra uma das características mais marcantes do Pré-Modernismo que é o:

a)    desejo de compreender a complexa realidade nacional.

b)    nacionalismo ufanista e exagerado, herdado do Romantismo.

c)    resgate de padrões estéticos e metafísicos do Simbolismo.

d)    nacionalismo utópico e exagerado, herdado do Parnasianismo.

e)    subjetivismo poético, tão bem representado pelo protagonista.


5. Uma atitude comum caracteriza a postura literária de autores pré-modernistas, a exemplo de Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha. Pode ela ser definida como 

a)    A necessidade de superar, em termos de um programa definido, as estéticas românticas e realistas.

b)    pretensão de dar um caráter definitivamente brasileiro à nossa literatura, que julgavam por demais europeizadas.

c)    A necessidade de fazer crítica social, já que o realismo havia sido ineficaz nessa matéria.

d)    uma preocupação com o estudo e com a observação da realidade brasileira

e)    aproveitamento estético do que havia de melhor na herança literária brasileira, desde suas primeiras manifestações.


A nossa emotividade literária só se interessa pelos populares do sertão, unicamente porque são pitorescos e talvez não se possa verificar a verdade de suas criações. No mais é uma continuação do exame de português, uma retórica mais difícil, a se desenvolver por este tema sempre o mesmo: Dona Dulce, moça de Botafogo em Petrópolis, que se casa com o Dr. Frederico. O comendador seu pai não quer porque o tal Dr. Frederico, apesar de doutor, não tem emprego. Dulce vai à superiora do colégio de irmãs. Esta escreve à mulher do ministro, antiga aluna do colégio, que arranja um emprego para o rapaz. Está acabada a história. É preciso não esquecer que Frederico é moço pobre, isto é, o pai tem dinheiro, fazenda ou engenho, mas não pode dar uma mesada grande. Está aí o grande drama de amor em nossas letras, e o tema de seu ciclo literário.

BARRETO, L. Vida e morte de MJ Gonzaga de Sá. Disponível em: http://www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 10 ago. 2017.


6. Situado num momento de transição, Lima Barreto produziu uma literatura renovadora em diversos aspectos. No fragmento, esse viés se fundamenta na

a)    releitura da importância do regionalismo.

b)    ironia ao folhetim da tradição romântica.

c)    desconstrução da formalidade parnasiana.

d)    quebra da padronização do gênero narrativo.

e)    rejeição à classificação dos estilos de época.


Chamou-me o bragantino e levou-me pelos corredores e pátios até ao hospício propriamente. Aí é que percebi que ficava e onde, na seção, na de indigentes, aquela em que a imagem do que a Desgraça pode sobre a vida dos homens é mais formidável. O mobiliário, o vestuário das camas, as camas, tudo é de uma pobreza sem par. Sem fazer monopólio, os loucos são da proveniência mais diversa, originando-se em geral das camadas mais pobres da nossa gente pobre. São de imigrantes italianos, portugueses e outros mais exóticos, são os negros roceiros, que teimam em dormir pelos desvãos das janelas sobre uma esteira esmolambada e uma manta sórdida; são copeiros, cocheiros, moços de cavalariça, trabalhadores braçais. No meio disto, muitos com educação, mas que a falta de recursos e proteção atira naquela geena social.

BARRETO, L. Diário do hospício e O cemitério dos vivos. São Paulo: Cosac & Naify, 2010.


7. No relato de sua experiência no sanatório onde foi interno, Lima Barreto expõe uma realidade social e humana marcada pela exclusão. Em seu testemunho, essa reclusão demarca uma

a)    forma de punição indireta aos hábitos desregrados.

b)    oportunidade de ressocialização em um novo ambiente.

c)    conveniência da invisibilidade a grupos vulneráveis e periféricos.

d)    medida necessária de intervenção terapêutica.

e)    compensação para as desgraças dos indivíduos.


Na sua imaginação perturbada sentia a natureza toda agitando-se para sufocá-la. Aumentavam as sombras. No céu, nuvens colossais e túmidas rolavam para o abismo do horizonte… Na várzea, ao clarão indeciso do crepúsculo, os seres tomavam ares de monstros… As montanhas, subindo ameaçadoras da terra, perfilavam-se tenebrosas… Os caminhos, espreguiçando-se sobre os campos, animavam-se quais serpentes infinitas… As árvores soltas choravam ao vento, como carpideiras fantásticas da natureza morta… Os aflitivos pássaros noturnos gemiam agouros com pios fúnebres. Maria quis fugir, mas os membros cansados não acudiam aos ímpetos do medo e deixavam-na prostrada em uma angústia desesperada.

ARANHA, J. P. G. Canaã. São Paulo: Ática, 1997.


8. No trecho, o narrador mobiliza recursos de linguagem que geram uma expressividade centrada na percepção da

a)    relação entre a natureza opressiva e o desejo de libertação da personagem.

b)    prevalência do mundo natural em relação à fragilidade humana.

c)    depreciação do sentido da vida diante da consciência da morte iminente.

d)    instabilidade psicológica da personagem face à realidade hostil.

e)    confluência entre o estado emocional da personagem e a configuração da paisagem.


Monteiro Lobato e a proibição da “Caçada de Pedrinho”

    Meus amigos e amigas,

    Estou muito preocupado com essa proibição ao livro “Caçadas de Pedrinho”, escrito por Monteiro Lobato em 1933. Estou aqui com as obras completas do Lobato e já consultei o seu grande biógrafo Edgard Cavalheiro e não vejo razão para essa proibição. Aprendi a gostar de ler com Monteiro Lobato. Li o D. Quixote das Crianças do Lobato e nunca mais deixei de ler a grande obra prima de Cervantes. Vasculhei o céu com Lobato numa “Viagem ao Céu”. Li sobre o explorador Hans Staden e me encantei com Os Doze Trabalhos de Hércules recontado por esse grande escritor e editor.

    Monteiro Lobato reinventou o Brasil. Em alguns aspectos inventou-o. Foi um grande nacionalista e lutou pelo nosso petróleo e recursos minerais. Foi um grande editor quando no Brasil quase não havia editoras. Um grande tradutor que lutou incansavelmente pelo Brasil. As Aventuras do Picapau Amarelo foram transportadas para a televisão e ainda hoje encantam gerações de todas as idades.

    Com relação à obra proibida “Caçadas do Pedrinho”, e a justificativa das palavras preconceituosas e estereótipas “trepar” e “negra”, que não ajudariam na educação com base “nos estudos atuais e críticos que discutem a presença de estereótipos raciais na literatura“ acho a justificativa sem propósito e um grave atentado contra a livre expressão e ao fazer literário e artístico.

    Por isso mesmo meus protestos contra essa agressão a um dos mais criativos e nacionalistas escritores do Brasil. Urubu é negro, macaco trepa; assim como tem gente negra e que trepa. Não vejo razão para colocar a obra num índex proibitivo. E são negros os olhos da minha amada. Cacemos Pedrinho! Vou fazer a minha perna de pau e colocar sebo para a onça não pegar.

(MATA, João da.Inhttp://www.substantivoplural.com.br/monteiro-lobato-ea-proibicao-da-cacada-de-pedrinho/. Acessado em 09/09/2011)


9. No Texto, a frase que revela uma opinião do autor sobre a proibição do livro de Monteiro Lobato “Caçadas de Pedrinho" é:

a)    estou muito preocupado com essa proibição ao livro “Caçadas de Pedrinho”.

b)    foi um grande nacionalista e lutou pelo nosso petróleo e recursos minerais.

c)    a noite é negra sem luar e ninguém pode mudar a natureza.

d)    um grave atentado contra a livre expressão e ao fazer literário e artístico.

e)    vou fazer a minha perna de pau e colocar sebo para a onça não pegar.


PSICOLOGIA DE UM VENCIDO

Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância,

Sofro, desde a epigênesis da infância,

A influência má dos signos do zodíaco.

 

Profundíssimamente hipocondríaco,

Este ambiente me causa repugnância…

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

Que se escapa da boca de um cardíaco.

 

Já o verme — este operário das ruínas —

Que o sangue podre das carnificinas

Come, e à vida em geral declara guerra,

 

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há de deixar-me apenas os cabelos,

Na frialdade inorgânica da terra!

(ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.)

 

10. A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam-se marcas dessa literatura de transição, como

a)  a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas e o vocabulário requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo.

b)    o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como “Monstro de escuridão e rutilância” e “influência má dos signos do zodíaco”.

c)   a seleção lexical emprestada ao cientificismo, como se lê em “carbono e amoníaco”, “epigênesis da infância” e “frialdade inorgânica”, que restitui a visão naturalista do homem.

d) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética, e o desconcerto existencial.

e)  a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo filosófica, que incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos modernistas.



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