ATIVIDADE SOBRE LITERATURA AFRO-BRASILEIRA


Quebranto


às vezes sou o policial que me suspeito

me peço documentos

e mesmo de posse deles

me prendo e me dou porrada

às vezes sou o porteiro

não me deixando entrar em mim mesmo

a não ser

pela porta de serviço

[…]

às vezes faço questão de não me ver

e entupido com a visão deles

sinto-me a miséria concebida como um eterno

começo

fecho-me o cerco

sendo o gesto que me nego

a pinga que me bebo e me embebedo

o dedo que me aponto

e denuncio

o ponto em que me entrego.

às vezes!…

CUTI. Negroesia. Belo Horizonte: Mazza, 2007 (fragmento).

 

1.  Na literatura de temática negra produzida no Brasil, é recorrente a presença de elementos que traduzem experiências históricas de preconceito e violência. No poema, essa vivência revela que o eu lírico

a)       incorpora seletivamente o discurso do seu opressor.

b)      submete-se à discriminação como meio de fortalecimento.

c)       engaja-se na denúncia do passado de opressão e injustiças.

d)      sofre uma perda de identidade e de noção de pertencimento.

e)      acredita esporadicamente na utopia de uma sociedade igualitária.

 

TEXTO I

Logo no início de Gira, um grupo de sete bailarinas ocupa o centro da cena. Mãos cruzadas sobre a lateral esquerda do quadril, olhos fechados, troncos que pendulam sobre si mesmos em vaguíssimas órbitas, tudo nelas sugere o transe. Está estabelecido o caráter volátil do que se passará no palco dali para frente. Mas engana-se quem pensa que vai assistir a uma representação mimética dos cultos afro-brasileiros.

 

 TEXTO II

Disponível em: www.grupocorpo.com.br. Acesso em: 2 jul. 2019.

 

2.    No diálogo que estabelece com religiões afro-brasileiras, sintetizado na descrição e na imagem do espetáculo, a dança exprime uma

a)       crítica aos movimentos padronizados do balé clássico.

b)      representação contemporânea de rituais ancestrais extintos.

c)       reelaboração estética erudita de práticas religiosas populares.

d)      releitura irônica da atmosfera mística presente no culto a entidades.

e)      oposição entre o resgate de tradições e a efemeridade da vida humana.

 

Escritores e poetas negros foram tangenciados no cânone literário brasileiro, abarcando num esquecimento problemático para o entendimento do que é o nosso país. Ao longo da história, as heranças afrodescendentes se consolidaram por meio da música, da dança, da culinária e da cultura em geral, e de fato a sociedade não tem a pretensão de negar isso. Um dos problemas se encontra na produção literária: A literatura afro-brasileira é negada, como se não tivesse que pertencer à escrita.

A começar pelo embranquecimento de Machado de Assis, considerado um dos maiores – se não o maior – escritores brasileiros, que se consolidou na literatura por seus vários contos e romances. Vale ressaltar que sua obra se dirigia mais à crítica à elite branca brasileira do que a uma escrita pela memória, pela representatividade e pela identidade negra.

Outra tentativa de embranquecimento foi na obra A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães. Em sua escrita, o autor tenta desconfigurar a escrava para ser heroína, ocultando sua aparência negra, tanto pelas características físicas quanto em seus valores.

Nossa teoria literária foi muito mais focada na análise das nuances entre os movimentos realismo, romantismo, modernismo e parnasiasmo, culminando na desatenção a outros aspectos nas obras dos escritores negros reconhecidos pela crítica, como os textos políticos de Cruz e Souza, poeta catarinense, que não ganharam tanta atenção quanto às características simbolistas de sua obra.

(Disponível em < http://centrocultural.sp.gov.br/2020/03/11/literatura-negra-escrevivencias/> Acesso em 14 jun. 2022)

 

3.  O texto aponta para um movimento de embranquecimento da literatura brasileira, fazendo referência – explícita e implícita – a diferentes autores do cânone literário do Brasil, como 

a)       Machado de Assis, que além de autor realista foi um grande autor de poesia modernista.

b)      Bernardo Guimarães, que escreveu uma obra rompendo com idealizações românticas.

c)       Cruz e Souza, que apresenta tanto uma atuação literária quanto política em sua época.

d)      Lima Barreto, por não construir obras que acompanhassem as tendências pré-modernistas.

e)      Carolina Maria de Jesus, ao falar sobre autores conhecidos por sua crítica à elite branca.

 

“O problema das origens da nossa literatura não pode formular-se em termos de Europa, onde foi a maturação das grandes nações modernas que condicionou toda a história cultural, mas nos mesmos termos das outras literaturas americanas, isto é, a partir da afirmação de um complexo colonial de vida e de pensamento. A colônia é, de início, o objeto de uma cultura, o “outro” em relação à metrópole: em nosso caso, foi a terra a ser ocupada, o pau-brasil a ser explorado, a cana-de-açúcar a ser cultivada, o ouro a ser extraído; numa palavra, a matéria-prima a ser carreada para o mercado externo.”

(BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1999. P. 11)

 

4.     A partir dos seus conhecimentos sobre a literatura brasileira e considerando as afirmações de Bosi, é correto afirmar:

a)   A Carta, de Caminha, tem papel decisivo na constituição da literatura brasileira, servindo de modelo aos escritores coloniais.

b)    Os índios possuíam cultura oral rica, que foi registrada pelos jesuítas e passou a integrar o cânone da nossa literatura.

c)   Os primeiros escritos são informações que viajantes e missionários europeus colheram sobre a natureza e o homem brasileiro.

d)    A literatura de informação se concentrou na busca de recursos minerais que pudessem enriquecer os colonizadores.

e)    Os primeiros navegantes trouxeram algumas obras literárias portuguesas, que ajudaram a constituir a nossa herança literária colonial.

 Yaô

Aqui có no terreiro

Pelú adié

Faz inveja pra gente

Que não tem mulher

 

No jacutá de preto velho

Há uma festa de yaô

 

Ôi tem nêga de Ogum

De Oxalá, de Iemanjá

 

Mucama de Oxossi é caçador

Ora viva Nanã

Nanã Buruku

 

Yô yôo

Yô yôoo

 

No terreiro de preto velho iaiá

Vamos saravá (a quem meu pai?)

Xangô!

 VIANA, G. Agô, Pixinguinha! 100 Anos. Som Livre, 1997.

 

5.    A canção Yaô foi composta na década de 1930 por Pixinguinha, em parceria com Gastão Viana, que escreveu a letra. O texto mistura o português com o iorubá, língua usada por africanos escravizados trazidos para o Brasil. Ao fazer uso do iorubá nessa composição, o autor

a)      promove uma crítica bem-humorada às religiões afro-brasileiras, destacando diversos orixás.

b)  ressalta uma mostra da marca da cultura africana, que se mantém viva na produção musical brasileira.

c)      evidencia a superioridade da cultura africana e seu caráter de resistência à dominação do branco.

d)     deixa à mostra a separação racial e cultural que caracteriza a constituição do povo brasileiro.

e)     expressa os rituais africanos com maior autenticidade, respeitando as referências originais.

 

 Máscara senufo, Mali. Madeira e fibra vegetal. Acervo do MAE/USP.


6.     As formas plásticas nas produções africanas conduziram artistas modernos do início do século XX, como Pablo Picasso, a algumas proposições artísticas denominadas vanguardas. A máscara remete à

a)       preservação da proporção.

b)      idealização do movimento.

c)       estruturação assimétrica.

d)      sintetização das formas.

e)      valorização estética.

 

7.       A respeito da obra Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, podemos afirmar que:

a)   trata-se de uma autobiografia totalmente fiel à vida da autora, não podendo ser considerada como obra literária.

b)   trata-se de uma obra importante por trazer representatividade para a autoria feminina, negra e de localização periférica e marginalizada.

c)     pode ser considerada como um romance distópico, uma vez que narra uma situação exclusivamente fictícia de caos social.

d)    pode ser considerada uma sátira muito cômica à vida na favela em contraste com a vida nos bairros nobres da cidade de São Paulo.

e)      representa uma alegoria dos problemas sociais que ocorrem na Europa decorrentes dos preconceitos de classe e racial.

 

O cego Estrelinho era pessoa de nenhuma vez: sua história poderia ser contada e descontada não fosse seu guia, Gigito Efraim. A mão de Gigito conduziu o desvistado por tempos e idades. Aquela mão era repartidamente comum, extensão de um no outro, siamensal. E assim era quase de nascença. Memória de Estrelinho tinha cinco dedos e eram os de Gigito postos, em aperto, na sua própria mão.

O cego, curioso, queria saber de tudo. Ele não fazia cerimônia no viver. O sempre lhe era pouco e o tudo insuficiente. Dizia, deste modo:

- Tenho que viver já, senão esqueço-me.

(...)

Foi no mês de dezembro que levaram Gigitinho. Lhe tiraram do mundo para pôr na guerra: obrigavam os serviços militares. O cego reclamou: que o moço inatingia a idade. E que o serviço que ele a si prestava era vital e vitalício.

COUTO, Mia. Estórias abensonhadas. São Paulo: Cia das Letras, 2012.


8.      O conto “O cego Estrelinho”, do livro Estórias abensonhadas, do escritor moçambicano Mia Couto, narra a história do cego e seu guia, Gigito Efraim. Quando Gigito é convocado a ir para a guerra, Estrelinho sente-se perdido. Considerando o excerto acima, o enredo e o desenvolvimento da narrativa, assinale a alternativa correta.

a)       Quando Infelizmina se apaixona por Estrelinho, ela morre de tristeza.

b)      Quando Gigito parte para a guerra, Infelizmina, sua irmã, torna-se guia de Estrelinho.

c)       Quando seu guia parte para a guerra, Estrelinho se desencanta para sempre com a vida.

d)      Quando Gigito retorna da guerra, reencontra o amigo Estrelinho, e volta a ser seu guia.

e)      Quando perguntam-lhe, Gigito diz que prefere a guerra a voltar ser guia de Estrelinho.

 

TEXTO I

Quem sabe, devido às atividades culinárias da esposa, nesses idílios Vadinho dizia-lhe “Meu manuê de milho verde, meu acarajé cheiroso, minha franguinha gorda”, e tais comparações gastronômicas davam justa ideia de certo encanto sensual e caseiro de dona Flor a esconder-se sob uma natureza tranquila e dócil. Vadinho conhecia-lhe as fraquezas e as expunha ao sol, aquela ânsia controlada de tímida, aquele recatado desejo fazendo-se violência e mesmo incontinência ao libertar-se na cama.

AMADO, J. Dona Flor e seus dois maridos. São Paulo: Martins, 1966.

 

TEXTO II 

As suas mãos trabalham na braguilha das calças do falecido. Dulcineusa me confessou mais tarde: era assim que o marido gostava de começar as intimidades. Um fazer de conta que era outra coisa, a exemplo do gato que distrai o olhar enquanto segura a presa nas patas. Esse o acordo silencioso que tinham: ele chegava em casa e se queixava que tinha um botão a cair. Calada, Dulcineusa se armava dos apetrechos da costura e se posicionava a jeito dos prazeres e dos afazeres.

COUTO, M. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra. São Paulo: Cia. das Letras, 2002


9.   Tema recorrente na obra de Jorge Amado, a figura feminina aparece, no fragmento, retratada de forma semelhante à que se vê no texto do moçambicano Mia Couto. Nesses dois textos, com relação ao universo feminino em seu contexto doméstico, observa-se que

a)       o desejo sexual é entendido como uma fraqueza moral, incompatível com a mulher casada.

b)      a mulher tem um comportamento marcado por convenções de papéis sexuais.

c)       à mulher cabe o poder da sedução, expresso pelos gestos, olhares e silêncios que ensaiam.

d)      a mulher incorpora o sentimento de culpa e age com apatia, como no mito bíblico da serpente.

e)      a dissimulação e a malícia fazem parte do repertório feminino nos espaços público e íntimo.

 

Em algumas línguas de Moçambique não existe a palavra “pobre”. O indivíduo é pobre quando não tem parentes. A pobreza é a solidão, a ruptura das relações familiares que, na sociedade rural, servem de apoio à sobrevivência. Os consultores internacionais, especialistas em elaborar relatórios sobre a miséria, talvez não tenham em conta o impacto dramático da destruição dos laços familiares e das relações de entreajuda. Nações inteiras estão tornando-se “órfãs”, e a mendicidade parece ser a única via de uma agonizante sobrevivência.

COUTO, M. E se Obama fosse africano? & outras intervenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado).

 

10.   Em uma leitura que extrapola a esfera econômica, o autor associa o acirramento da pobreza à 

a)       afirmação das origens ancestrais.

b)      fragilização das redes de sociabilidade.

c)       padronização das políticas educacionais.

d)      fragmentação das propriedades agrícolas.

e)      globalização das tecnologias de comunicação.

 

O espelho 

Esse que em mim envelhece

assomou ao espelho

a tentar mostrar que sou eu. 

 

outros de mim,

fingindo desconhecer a imagem,

 deixaram-me a sós, perplexo,

com meu súbito reflexo. 

 

A idade é isto: o peso da luz

com que nos vemos.

COUTO, Mia. Idades Cidades Divindades. Lisboa: Editorial Caminho, 2007.

 

11.   No poema, o eu lírico expressa 

a)       fingimento em relação à percepção da idade.

b)      angústia pela percepção do envelhecimento. 

c)       perplexidade com a proximidade da morte. 

d)      estranhamento diante da imagem refletida.

e)      Ironia pela passagem do tempo.

 

O cântico da terra

Eu sou a terra, eu sou a vida.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.

Teu arado, tua foice, teu machado.

O berço pequenino de teu filho.

O algodão de tua veste

e o pão de tua casa.

E um dia bem distante

a mim tu voltarás.

E no canteiro materno de meu seio

tranquilo dormirás.

Plantemos a roça.

Lavremos a gleba.

CORALINA, C. Textos e contextos: poemas dos becos de Goiás e estórias mais. São Paulo: Global, 1997 (fragmento).

 

12. No contexto das distintas formas de apropriação da terra, o poema de Cora Coralina valoriza a relação entre

a)       grileiros e controle territorial.

b)      meeiros e divisão de trabalho.

c)       camponeses e uso da natureza.

d)      indígenas e o manejo agroecológico.

e)      latifundiários e a fertilização do solo.

 

Humildade

Cora Coralina

Senhor, fazei com que eu aceite

minha pobreza tal como sempre foi.

Que eu possa agradecer a Vós

minha cama estreita,

minhas coisinhas pobres,

minha casa de chão,

pedras e tábuas remontadas.

E ter sempre um feixe de lenha

debaixo do meu fogão de taipa,

e acender, eu mesma,

o fogo alegre da minha casa

na manhã de um novo dia que começa.

 Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/os_melhores_poemas_de_cora_coralina/>. Acesso em: 18 out. 2011.

 

13.   Que temática é explorada no poema de Cora Coralina?

a) O povo goiano.

b) A melancolia rural.

c) O trabalho duro.

d) A lentidão do tempo.

e) A vida simples.

 

Alguém muito recentemente cortara o mato, que na época das chuvas crescia e rodeava a casa da mãe de Ponciá Vicêncio e de Luandi. Havia também vestígios de que a terra fora revolvida, como se ali fosse plantar uma pequena roça. Luandi sorriu. A mãe devia estar bastante forte, pois ainda labutava a terra. Cantou alto uma cantiga que aprendera com o pai, quando eles trabalhavam na terra dos brancos. Era uma canção que os negros mais velhos ensinavam aos mais novos. Eles diziam ser uma cantiga de voltar, que os homens, lá na África, entoavam sempre, quando estavam regressando da pesca, da caça ou de algum lugar. O pai de Luandi, no dia em que queria agradar à mulher, costumava entoar aquela cantiga ao se aproximar de casa. Luandi não entendia as palavras do canto; sabia, porém, que era uma língua que alguns negros falavam ainda, principalmente os velhos. Era uma cantiga alegre. Luandi, além de cantar, acompanhava o ritmo batendo com as palmas das mãos em um atabaque imaginário. Estava de regresso à terra. Voltava em casa. Chegava cantando, dançando a doce e vitoriosa cantiga de regressar.

EVARISTO, C. Ponciá Vicêncio. Rio de Janeiro: Pallas, 2018.

 

14.   A leitura do texto permite reconhecer a “cantiga de voltar” como patrimônio linguístico que

a)       representa a memória de uma língua africana extinta.

b)      exalta a rotina executada por jovens afrodescendentes.

c)       preserva a ancestralidade africana por meio da tradição oral.

d)      resgata a musicalidade africana por meio de palavras inteligíveis

e)      remonta à tristeza dos negros mais velhos com saudade da África.

 

Eu-Mulher

 

Uma gota de leite

me escorre entre os seios.

Uma mancha de sangue

me enfeita entre as pernas.

Meia palavra mordida

me foge da boca.

Vagos desejos insinuam esperanças.

Eu-mulher em rios vermelhos

inauguro a vida.

 

Em baixa voz

violento os tímpanos do mundo.

Antevejo.

Antecipo.

Antes-vivo

Antes – agora – o que há de vir.

Eu fêmea-matriz.

Eu força-motriz.

Eu-mulher

abrigo da semente

moto-contínuo

do mundo.

(Conceição Evaristo)

 

15.   No poema de nossa já conhecida Conceição Evaristo, nota-se a necessidade de

a)       construir uma imagem social aceitável para as mulheres e para os negros.

b)      demonstrar que há esperança na construção de uma sociedade justa.

c)       mistificar a maternidade, como aponta o terceiro e o quarto versos.

d)      esclarecer a existência de uma sociedade patriarcal e silenciadora.

e)      exaltar-se a figura feminina em meio a um mundo que a silencia.

 

TEXTO I

O navio negreiro

 

Ontem a Serra Leoa,

A guerra, a caça ao leão,

O sono dormido à toa

Sob as tendas d’amplidão!

Hoje… o porão negro, fundo,

Infecto, apertado, imundo,

Tendo a peste por jaguar…

E o sono sempre cortado

Pelo arranco de um finado,

E o baque de um corpo ao mar…

“O navio negreiro”, de Castro Alves.

 

TEXTO II

 

Vozes-mulheres

 

A voz de minha bisavó

ecoou criança

nos porões do navio.

ecoou lamentos

de uma infância perdida.

A voz de minha avó

ecoou obediência

aos brancos-donos de tudo.

[…]

A minha voz ainda

ecoa versos perplexos

com rimas de sangue

e fome.

A voz de minha filha

recolhe em si a fala e o ato.

O ontem – o hoje – o agora.

Na voz de minha filha

se fará ouvir a ressonância

o eco da vida-liberdade.

EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. Belo Horizonte: Nandyala, 2008.

 

16. Castro Alves foi uma das vozes da terceira geração romântica, que marcou uma mudança de paradigma na literatura do século XIX. A escritora Conceição Evaristo estreou sua literatura em 1990 na série Cadernos Negros e hoje é um dos nomes mais expressivos da literatura afro-brasileira. Os textos apresentados, apesar de produzidos em séculos distintos, compartilham a(o)

a)       evocação da ancestralidade como forma de libertação.

b)      esperança de preservação da memória dos antepassados.

c)       criticismo em relação à trajetória dos negros na sociedade.

d)      lembrança dos hábitos e das vivências da terra distante.

e)      relato crítico e detalhado da vinda de africanos para o Brasil.

 

Maria Firmina dos Reis, a abolicionista negra que se tornou a primeira romancista do Brasil 



(Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/11/politica/1570793304_499201.htm



17.   Assinale a alternativa cuja informação NÃO encontra respaldo no texto.


a)   Maria Firmina dos Reis foi pioneira como mulher escritora e abolicionista, fora o fato de ter nascido no Maranhão, longe da Corte.

b)    Pela amostra do texto de Maria Firmina, percebe-se o tom dramático e indignado com que denuncia as condições de viagem nos navios negreiros.

c)  A literatura de Maria Firmina não se restringiu ao romance Úrsula, embora este seja a obra mais conhecida dela.

d) O fato de haver crescido em um ambiente com acesso à literatura pode ter influenciado Maria Firmina a se tornar, ela própria, escritora.

e)   A denúncia das crueldades da escravidão, no texto de Maria Firmina, tem um tom realista pelo fato de a autora haver sofrido na própria pele tais crueldades.

 

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